INTERNACIONAL
China planeja quadruplicar seu arsenal nuclear até 2035, de acordo com o Pentágono
Objetivo de Beijing é reduzir a lacuna em relação aos EUA e chegar a 1,5 mil ogivas nucleares ativas nos próximos 13 anos

Os planos da China para ampliar seu arsenal nuclear continuam a todo vapor, e Beijing planeja ter à disposição 1,5 mil ogivas nucleares até o ano 2035. Se o objetivo for alcançado, as forças armadas da China fechariam o vão que as separa dos EUA, quadruplicando seu poderio nuclear ao longo dos próximos 13 anos. A informação foi divulgada pelo Pentágono e reproduzida pela agência Associated Press (AP).
Os dados anteriores, de 2021, indicavam que a China planeja atingir a marca de 700 ogivas nucleares ativas até 2027, tendo a meta de mil ogivas até 2030. Agora, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos divulgou um relatório complementar com a nova meta chinesa, que sugere uma ampliação do arsenal nuclear em velocidade bem superior à imaginada anteriormente.
Atualmente, a Rússia tem a maior quantidade de ogivas nucleares ativas do mundo, com cerca de 4,5 mil. Já os EUA aparecem em segundo na relação, com 3,75 mil. A China, por ora, aparece bem atrás, com 350, seguida por França, 290, Reno Unido, 225, Paquistão, 165, e Índia, 156.
Para Washington, os dados são incômodos devido à aliança entre Moscou e Beijing, e a iniciativa chinesa de ampliar sua potência militar atômica gera dúvidas quanto à intenção do governo da China por trás desse processo.
Bonny Lin, diretor do projeto de energia da China no think tank norte-americano Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, questiona se o aumento do arsenal indica uma mudança na postura chinesa de que não se deve realizar o primeiro disparo, vez que ele levaria à destruição mútua assegurada das nações envolvidas.
“O aumento real na capacidade começará a impactar na forma como os especialistas chineses pensam a respeito do uso de armas nucleares?”, questiona Lin. “Essa é a incerteza. Não podemos presumir que, se eles tiverem mais recursos, sua política permanecerá a mesma”.
John Erath, diretor sênior do Centro de Controle de Armas e Não-Proliferação, diz que a guerra em curso na Ucrânia ajuda a direcionar a análise do comportamento chinês. “Se a Rússia conseguir alcançar seus objetivos por meio de ameaças nucleares , a China tirará lições disso e poderá potencialmente fazer esse tipo de ameaça contra Taiwan ou outros países vizinhos em conexão com as ambições territoriais da China”, afirmou ele.
Segundo o relatório do Pentágono, é justamente o caso de Taiwan, ilha autogovernada que a China considera parte de seu território, que está no cerne do debate nuclear. O documento afirma que a ampliação do arsenal daria ao Exército de Libertação Popular (ELP) “capacidades para ser uma ferramenta militar mais confiável para o Partido Comunista Chinês (PCC) empunhar enquanto busca a unificação de Taiwan”.
Por que isso importa?
A vertiginosa modernização das forças armadas da China é motivo de preocupação no Ocidente. Beijing ostenta o segundo maior orçamento de Defesa do mundo, tendo investido US$ 293 milhões no setor em 2021, segundo o site Statista. Somente os EUA gastaram mais no ano ado, US$ 801 bilhões. Índia (US$ 76,6 bilhões), Reino Unido (US$ 68,4 bilhões) e Rússia (US$ 65,9 bilhões) aparecem a seguir.
Atualmente, a China tem a maior marinha do mundo, à frente da norte-americana, o maior exército permanente do mundo e um arsenal balístico e nuclear capaz de rivalizar com qualquer outro.
O desenvolvimento das forças armadas ocorreu durante o governo de Xi Jinping. Quando ele assumiu o comando do ELP, em 2013, a reformulação já havia começado, mas foi então ampliada e acelerada.
Hoje, a marinha chinesa tem dois porta-aviões ativos, um terceiro em construção e 360 navios, superando inclusive os EUA, que têm 300 embarcações militares. Já o exército permanente chinês tem cerca de dois milhões de soldados, mais que qualquer outra nação. A Índia é a segunda maior força do tipo no mundo, com cerca de 1,4 milhão de tropas, contra 1,35 milhão dos EUA, de acordo com o site World Atlas.
Diante desses números, o Pentágono afirmou em sua recente estratégia de defesa nacional disse que a China é o maior desafio de segurança para os Estados Unidos. E que a ameaça de Beijing determinará como as forças armadas norte-americanas serão equipadas e moldadas com vistas ao futuro.


INTERNACIONAL
Moscou aproveita brechas, contorna sanções e usa tecnologia americana em suas armas
Investigação revela como semicondutores dos EUA chegam à Rússia, equipando mísseis, drones e outros equipamentos militares

Mesmo sob rígidas sanções impostas pelos EUA e aliados desde a invasão da Ucrânia, a Rússia continua a obter tecnologia ocidental para abastecer sua indústria bélica. Documentos obtidos pela rede Bloomberg mostram como distribuidores russos usam intermediários em países como Hong Kong para ar semicondutores fabricados por empresas americanas, incluindo a Texas Instruments. Esses componentes, essenciais para a produção de mísseis, drones e outros armamentos, têm sido recuperados de armas russas, expondo falhas no controle das exportações e nas medidas de compliance das empresas.
Os distribuidores russos integram dados da loja online da Texas Instruments, como preços e disponibilidade de produtos, diretamente em suas próprias plataformas. Isso permite que clientes baseados em Moscou ou São Petersburgo visualizem informações detalhadas e façam pedidos como se estivessem comprando diretamente do fabricante. Esses pedidos são realizados por meio de intermediários localizados em países terceiros que reexportam os componentes para a Rússia.
De acordo com documentos analisados, uma distribuidora russa processou mais de quatro mil solicitações em 2024, totalizando cerca de US$ 6 milhões em semicondutores, dos quais a maior parte foi destinada a empresas militares, enquanto o restante foi presumidamente utilizado em aplicações civis. Esse esquema se aproveita de brechas legais e da falta de controle sobre a cadeia de fornecimento, permitindo que tecnologias americanas continuem abastecendo o setor militar russo.

Mísseis, drones e bomba guiadas
Os chips adquiridos dessa forma são utilizados em uma ampla gama de equipamentos militares, como os mísseis balísticos Iskander, drones kamikaze e bombas guiadas que têm causado devastação na Ucrânia. A simplicidade do processo de compra e o uso de intermediários em países fora da Rússia tornam a fiscalização mais difícil, como destacou o senador Richard Blumenthal: “As empresas estão conscientemente falhando em impedir que suas tecnologias beneficiem a Rússia”.
A Texas Instruments afirma que cessou todas as vendas diretas à Rússia antes mesmo das sanções ocidentais, mas reconhece que seus produtos continuam sendo desviados por intermediários.
““Trabalhamos arduamente para evitar o desvio ilícito das nossas peças para a Rússia. Todos os níveis da nossa empresa levam isso a sério”, disse Shannon Thompson, assistente jurídica da empresa. No entanto, documentos analisados pela Bloomberg indicam que a empresa enfrenta dificuldades em rastrear para onde vão seus produtos devido ao alto volume de vendas e ao baixo custo unitário.
Além disso, investigadores identificaram que portais russos, como o getchips.ru, utilizam dados obtidos de APIs e outras fontes para ar informações detalhadas sobre produtos e estoques. Embora a Texas Instruments negue fornecer o direto a essas ferramentas, especialistas sugerem que intermediários estão utilizando métodos alternativos para replicar informações da loja online da empresa.
Os desafios não param por aí. O sistema de gestão de uma das distribuidoras russas analisadas mostra que muitos produtos adquiridos são essenciais para a fabricação de equipamentos militares. Um exemplo é o uso de chips de baixo custo para modems de comunicação que, segundo um documento enviado ao Ministério da Defesa russo, “não possuem alternativas locais e garantem a confiabilidade necessária”.
Protesto ucraniano
Desde o início do conflito, autoridades ucranianas recuperaram mais de quatro componentes ocidentais de armamentos russos, sendo 14% deles fabricados pela Texas Instruments. “Enquanto essas tecnologias estiverem disponíveis, regimes terroristas continuarão a transformá-las em armas”, alertou Vladyslav Vlasiuk, comissário ucraniano para políticas de sanções que cobra maior comprometimento das empresas e governos ocidentais para reforçar os controles.
Embora as sanções ocidentais visem restringir o o da Rússia a tecnologias de ponta, brechas no sistema de exportação permitem que intermediários em países como Hong Kong atuem como facilitadores.
Investigadores acreditam que o rastreamento rigoroso, incluindo a análise de padrões suspeitos de compra, pode ajudar a mitigar os desvios.
“Acho que todos podemos fazer mais. Controle de exportação mais completo. Procedimentos de conformidade mais rigorosos por parte dos fabricantes. Mais compromisso por parte de países terceiros”, disse Vlasiuk.
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