Pesquisar
Close this search box.

INTERNACIONAL

China se diz pronta para “esmagar” Taiwan enquanto EUA preparam grande pacote de armas

Forças armadas chinesas emitiram um alerta ousado e assustador para os EUA e o mundo

Publicado em

Soldados do Exército de Libertação do Povo Chinês (Foto: WikiCommons)

As forças militares da China afirmaram nesta terça-feira (16) que estão preparadas para “esmagar resolutamente qualquer forma de independência de Taiwan“, enquanto os EUA se preparam para acelerar a venda de armas defensivas e fornecer assistência militar ao território semiautônomo. As informações são do jornal The Mirror.

O porta-voz do Ministério da Defesa chinês, coronel Tan Kefei, classificou o recente aumento nas interações entre os militares dos EUA e de Taiwan como um “movimento extremamente errado e perigoso”, em comunicado e vídeo divulgados online. A declaração destaca a crescente tensão entre os dois países e a preocupação com a possibilidade de escalada militar na região.

O Exército Popular de Libertação da China “continua a fortalecer o treinamento militar e os preparativos e esmagará resolutamente qualquer forma de secessão independente de Taiwan, juntamente com tentativas de interferência externa, e defenderá resolutamente a soberania nacional e a integridade territorial”, disse Tan, em referência ao aliado mais próximo da ilha, Washington.

A China mantém sua reivindicação sobre a ilha de Taiwan, que possui uma população de 23 milhões de pessoas, considerando-a como seu próprio território e estando disposta a controlá-la por meio da força, se necessário. Com a maior marinha do mundo, caças de última geração e um vasto arsenal de mísseis balísticos, a China intensificou suas ameaças recentemente, enviando aviões e navios de guerra para águas e espaço aéreo próximos a Taiwan.

Além das constantes incursões aéreas e marítimas em torno de Taiwan, Beijing tem conduzido exercícios militares dentro e nas proximidades do Estreito de Taiwan, que separa as duas partes. Essas ações são amplamente interpretadas como ensaios para um possível bloqueio ou invasão, cujas consequências seriam enormes para a segurança e as economias globais. A possibilidade de um conflito em Taiwan desperta preocupações significativas, uma vez que poderia ter impactos significativos em nível mundial.

Kefei, fez os comentários em resposta a uma pergunta sobre relatos de que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está se preparando para aprovar a venda de US$ 500 milhões em armas para Taiwan. Além disso, há informações de que mais de 100 militares americanos serão enviados à ilha para avaliar métodos de treinamento e oferecer sugestões para fortalecer as defesas taiwanesas. Essas medidas têm sido motivo de preocupação e desaprovação por parte da China, que vê isso como uma interferência nos assuntos internos e uma escalada das tensões na região.

Os partidos Democrata e Republicano nos Estados Unidos têm mostrado forte apoio a Taiwan, instando o governo Biden a prosseguir com a entrega de quase US$ 19 bilhões em itens militares que foram aprovados para venda, mas ainda não foram entregues. Funcionários do governo atribuíram os atrasos nas entregas a desafios de produção relacionados à pandemia de Covid-19, como capacidade limitada e aumento da demanda por armamentos para auxiliar a Ucrânia.

Dentre os itens aguardando entrega estão os mísseis antinavio Harpoon, os caças F-16, os mísseis Javelin e Stinger de ombro, e o Himars, um sistema de lançamento múltiplo de foguetes e mísseis montado em caminhão. Esta última tornou-se uma arma crucial para as tropas ucranianas em combate contra as forças de invasão russas.

As tensões entre China e EUA atingem um nível histórico, enquanto o governo de Taiwan se mantém firme contra as demandas de Beijing por concessões políticas em relação à unificação. Essa situação levanta preocupações crescentes sobre a possibilidade de um conflito aberto envolvendo os três lados, potencialmente arrastando aliados dos EUA, como o Japão, conforme as tensões se intensificam.

Além disso, o apoio diplomático e econômico da China à Rússia após a invasão da Ucrânia também contribui para o aumento das tensões entre Beijing e Washington. Essa postura da China desperta preocupações adicionais e acentua as complexidades geopolíticas da região.

Por que isso importa?

Taiwan é uma questão territorial sensível para a China, e a queda de braço entre Beijing e o Ocidente por conta da pretensa autonomia da ilha gera um ambiente tenso, com a ameaça crescente de uma invasão pelas forças armadas chinesas a fim de anexar formalmente o território taiwanês.

Nações estrangeiras que tratem a ilha como nação autônoma estão, no entendimento de Beijing, em desacordo com o princípio “Uma Só China“, que também vê Hong Kong como parte da nação chinesa.

Embora não tenha relações diplomáticas formais com Taiwan, assim como a maioria dos demais países, os EUA são o mais importante financiador internacional e principal parceiro militar de Taipé. Tais circunstâncias levaram as relações entre Beijing e Washington a seu pior momento desde 1979, quando os dois países reataram os laços diplomáticos.

A China, em resposta à aproximação entre o rival e a ilha, endureceu a retórica e tem adotado uma postura belicista na tentativa de controlar a situação. Jatos militares chineses aram a realizar exercícios militares nas regiões limítrofes com Taiwan e habitualmente invadem o espaço aéreo taiwanês, deixando claro que Beijing não aceitará a independência formal do território “sem uma guerra“.

A crise ganhou contornos mais dramáticos após a visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, em agosto de 2022. Foi a primeira pessoa ocupante do cargo a viajar para Taiwan em 25 anos, atitude que mexeu com os brio de Beijing. Em resposta, o exército da China realizou um de seus maiores exercícios militares no entorno da ilha, com tiros reais e testes de mísseis em seis áreas diferentes.

O treinamento serviu como um bloqueio eficaz, impedindo tanto o transporte marítimo quanto a aviação no entorno da ilha. Assim, voos comerciais tiveram que ser cancelados, e embarcações foram impedidas de navegar por conta da presença militar chinesa.

Desde então, aumentou consideravelmente a expectativa global por uma invasão chinesa. Para alguns especialistas, caso do secretário de Defesa dos EUA Lloyd Austin, o ataque “não é iminente“. Entretanto, o secretário de Estado Antony Blinken afirmou em outubro do ano ado “que Beijing está determinada a buscar a reunificação em um cronograma muito mais rápido”.

As declarações do chefe da diplomacia norte-americana vão ao encontro do que disse o presidente chinês Xi Jinping no recente 20º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC). “Continuaremos a lutar pela reunificação pacífica”, disse ele ao assegurar seu terceiro mandato à frente do país. “Mas nunca prometeremos renunciar ao uso da força. E nos reservamos a opção de tomar todas as medidas necessárias”.

POR : AGENCIAS DE NOTICIAS INTERNACIONAIS

COMENTE ABAIXO:
ment

INTERNACIONAL

Moscou aproveita brechas, contorna sanções e usa tecnologia americana em suas armas

Investigação revela como semicondutores dos EUA chegam à Rússia, equipando mísseis, drones e outros equipamentos militares

Published

on

Mesmo sob rígidas sanções impostas pelos EUA e aliados desde a invasão da Ucrânia, a Rússia continua a obter tecnologia ocidental para abastecer sua indústria bélica. Documentos obtidos pela rede Bloomberg mostram como distribuidores russos usam intermediários em países como Hong Kong para ar semicondutores fabricados por empresas americanas, incluindo a Texas Instruments. Esses componentes, essenciais para a produção de mísseis, drones e outros armamentos, têm sido recuperados de armas russas, expondo falhas no controle das exportações e nas medidas de compliance das empresas.

Os distribuidores russos integram dados da loja online da Texas Instruments, como preços e disponibilidade de produtos, diretamente em suas próprias plataformas. Isso permite que clientes baseados em Moscou ou São Petersburgo visualizem informações detalhadas e façam pedidos como se estivessem comprando diretamente do fabricante. Esses pedidos são realizados por meio de intermediários localizados em países terceiros que reexportam os componentes para a Rússia.

De acordo com documentos analisados, uma distribuidora russa processou mais de quatro mil solicitações em 2024, totalizando cerca de US$ 6 milhões em semicondutores, dos quais a maior parte foi destinada a empresas militares, enquanto o restante foi presumidamente utilizado em aplicações civis. Esse esquema se aproveita de brechas legais e da falta de controle sobre a cadeia de fornecimento, permitindo que tecnologias americanas continuem abastecendo o setor militar russo.

Forças Armadas da Rússia disparam míssil na guerra da Ucrânia, abril de 2022 (Foto: facebook/mod.mil.rus)
Mísseis, drones e bomba guiadas

Os chips adquiridos dessa forma são utilizados em uma ampla gama de equipamentos militares, como os mísseis balísticos Iskander, drones kamikaze e bombas guiadas que têm causado devastação na Ucrânia. A simplicidade do processo de compra e o uso de intermediários em países fora da Rússia tornam a fiscalização mais difícil, como destacou o senador Richard Blumenthal: “As empresas estão conscientemente falhando em impedir que suas tecnologias beneficiem a Rússia”.

Texas Instruments afirma que cessou todas as vendas diretas à Rússia antes mesmo das sanções ocidentais, mas reconhece que seus produtos continuam sendo desviados por intermediários.

““Trabalhamos arduamente para evitar o desvio ilícito das nossas peças para a Rússia. Todos os níveis da nossa empresa levam isso a sério”, disse Shannon Thompson, assistente jurídica da empresa. No entanto, documentos analisados pela Bloomberg indicam que a empresa enfrenta dificuldades em rastrear para onde vão seus produtos devido ao alto volume de vendas e ao baixo custo unitário.

Além disso, investigadores identificaram que portais russos, como o getchips.ru, utilizam dados obtidos de APIs e outras fontes para ar informações detalhadas sobre produtos e estoques. Embora a Texas Instruments negue fornecer o direto a essas ferramentas, especialistas sugerem que intermediários estão utilizando métodos alternativos para replicar informações da loja online da empresa.

Os desafios não param por aí. O sistema de gestão de uma das distribuidoras russas analisadas mostra que muitos produtos adquiridos são essenciais para a fabricação de equipamentos militares. Um exemplo é o uso de chips de baixo custo para modems de comunicação que, segundo um documento enviado ao Ministério da Defesa russo, “não possuem alternativas locais e garantem a confiabilidade necessária”.

Protesto ucraniano

Desde o início do conflito, autoridades ucranianas recuperaram mais de quatro componentes ocidentais de armamentos russos, sendo 14% deles fabricados pela Texas Instruments. “Enquanto essas tecnologias estiverem disponíveis, regimes terroristas continuarão a transformá-las em armas”, alertou Vladyslav Vlasiuk, comissário ucraniano para políticas de sanções que cobra maior comprometimento das empresas e governos ocidentais para reforçar os controles.

Embora as sanções ocidentais visem restringir o o da Rússia a tecnologias de ponta, brechas no sistema de exportação permitem que intermediários em países como Hong Kong atuem como facilitadores.

Investigadores acreditam que o rastreamento rigoroso, incluindo a análise de padrões suspeitos de compra, pode ajudar a mitigar os desvios.

“Acho que todos podemos fazer mais. Controle de exportação mais completo. Procedimentos de conformidade mais rigorosos por parte dos fabricantes. Mais compromisso por parte de países terceiros”, disse Vlasiuk.

COMENTE ABAIXO:
Continuar lendo

SELVÍRIA

ACONTECEU

MATO GROSSO DO SUL

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA