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Haddad confirma IR de 17,5% sobre rendimentos de aplicações

Ministro classificou como prudentes falas de Hugo Motta sobre pacote

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As medidas de compensação ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incluirão uma alíquota única de 17,5% de Imposto de Renda sobre os rendimentos de aplicações, confirmou nesta terça-feira (10) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“A média da tributação das aplicações financeiras já é 17,5%. Então, nós estamos fixando uma alíquota para todas as aplicações financeiras no mesmo patamar. Hoje ela vai de 15% [para aplicações de até dois anos] a 22,5% [para aplicações de longo prazo]”, disse Haddad, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ministro também citou na reunião uma alta de 15% para 20% no Imposto de Renda sobre os Juros sobre Capital Próprio (J). Embora a medida tenha sido rejeitada em 2023 pelo Congresso, Haddad disse que o tema foi incluído no pacote por sugestão de parlamentares.

Por cerca de duas horas, Haddad explicou a Lula as propostas acertadas com líderes partidários na reunião de domingo (8)Segundo o ministro, os textos das propostas foram encaminhados à Casa Civil antes do envio ao Congresso Nacional.

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Segundo Haddad, o governo também pretende enviar um projeto de lei complementar para reduzir em 10% as isenções fiscais num segundo momento. O modelo do corte, explicou o ministro, ainda será definido pelo Congresso. Em relação às medidas de contenção de despesas, o ministro disse que elas serão discutidas por uma comissão de líderes partidários, com participação de integrantes da equipe econômica.

Prudência

Sobre a declaração do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de que o Congresso Nacional não se compromete a aprovar o pacote para compensar a alta do IOF, Haddad disse ver como prudente a avaliação do parlamentar.

“Uma fala de prudência, lá não estavam os 513 parlamentares. Como é que ele pode tomar uma decisão de aprovar ou não sem ouvir as bancadas?”, questionou Haddad. “Entendo que o Congresso Nacional queira primeiro ouvir e depois, ao longo da tramitação da medida provisória, fazer as suas ponderações”, acrescentou.

Ao fim da reunião de domingo, que durou cinco horas, Haddad, Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), anunciaram uma medida provisória com a elevação de receitas que permitam compensar parcialmente a elevação do IOF. O debate sobre cortes estruturais de despesas, no entanto, ficou para um segundo momento diante da falta de consenso entre o governo e os líderes partidários.

As propostas acertadas com o Congresso são as seguintes:

  • Aumento da taxação do faturamento das bets (empresas de apostas esportivas) de 12% para 18%;
  • Elevação de 9% para 15% as alíquotas da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) sobre fintechs e corretoras.
  • Fim de isenção de Imposto de Renda sobre títulos como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito Agrícola (LCA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), que arão a pagar 5%.

O ministro evitou dar estimativas de quanto o governo pretende arrecadar com as medidas. Disse apenas que os cálculos ainda estão sendo fechados.

Contenção de gastos

Em relação às medidas de contenção de despesas, o ministro da Fazenda disse que o Congresso se reunirá com a área econômica para “enfrentar” esse debate. Segundo o ministro, será formada uma comissão de líderes para discutir os gastos primários.

“[Pretendemos] fazer um inventário do que já foi proposto, do que é politicamente viável, do que as pessoas estão querendo enfrentar, dos debates que os deputados e senadores querem enfrentar e vamos dar o e técnico para uma melhor conformação da medida possível”, declarou.

Na reunião com os parlamentares no domingo, o ministro levou uma apresentação que mencionava uma explosão de gastos nos últimos anos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), do Benefício de Prestação Continuada (BPC), das emendas parlamentares, do BPC (Benefício de Prestação Continuada) e das transferências para estados e municípios.

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Washington prevê resposta em múltiplas frentes da Rússia após ataque ucraniano surpresa

EUA esperam retaliação ‘assimétrica’ nos próximos dias, com uso combinado de mísseis, drones e possível ataque a alvos simbólicos

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Jatos da Força Área da Rússia (Foto: facebook.com/mod.mil.rus)

O governo dos EUA acredita que a retaliação da Rússia ao ataque com drones realizado pela Ucrânia na semana ada ainda não aconteceu de forma completa e deverá envolver múltiplas frentes, com uso de diferentes capacidades aéreas. A informação foi confirmada por autoridades norte-americanas ouvidas pela agência Reuters sob condição de anonimato.

Segundo essas fontes, embora Moscou tenha lançado uma série de mísseis e drones sobre Kiev na sexta-feira (6), em resposta ao que classificou como “atos terroristas” da Ucrânia, a retaliação total ainda está por vir. Um dos oficiais afirmou que a ofensiva russa será “assimétrica”, ou seja, não espelhará o padrão do ataque ucraniano contra bases aéreas russas, mas deve mirar alvos distintos.

A expectativa é de que os próximos bombardeios envolvam tanto mísseis quanto drones, com possibilidade de escalada. Um diplomata ocidental ouvido pela Reuters disse acreditar que os ataques russos ainda se intensificarão e poderão ter como alvo prédios do governo ucraniano, em um gesto de forte simbolismo. “Será algo enorme, cruel e incessante”, afirmou outro diplomata ocidental. “Mas os ucranianos são um povo corajoso.”

Michael Kofman, pesquisador da think tank Carnegie Endowment for International Peace, sugeriu que a Rússia pode buscar atingir a sede da agência de inteligência doméstica da Ucrânia, o SBU, ou outros edifícios regionais de segurança. Ele também considera possível o uso de mísseis balísticos de alcance intermediário. Segundo ele, centros de produção de armamentos também podem ser atingidos.

A operação ucraniana do fim de semana foi batizada de “Teia de Aranha” e envolveu 117 veículos aéreos não tripulados, lançados a partir de território russo com o auxílio de caminhões. De acordo com a avaliação dos EUA, cerca de 20 aeronaves foram atingidas — número inferior ao anunciado pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que havia falado em até 40 aviões danificados. Ainda segundo autoridades norte-americanas, cerca de 10 dessas aeronaves teriam sido destruídas.

governo russo negou que aviões tenham sido destruídos e prometeu reparar os danos, mas blogueiros militares russos relataram prejuízos ou perdas em aproximadamente uma dúzia de aeronaves — algumas delas com capacidade para carregar ogivas nucleares.

Em postagem nas redes sociais, o presidente dos EUA Donald Trump relatou uma conversa com Vladimir Putin sobre o ataque. “Eu não gosto disso. Eu disse: ‘Não faça isso. Você não deveria fazer isso. Você deveria parar’”, contou Trump. “Mas, de novo, há muito ódio.”

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