INTERNACIONAL
Tropas russas avançam para Ucrânia, dizem governos dos Estados Unidos e Letônia
Putin estaria movendo forças e tanques adicionais para os territórios ocupados de Donbas, segundo primeiro-ministro da Letônia; EUA aponta preocupação com cidade a nordeste do país

Tropas russas estão se movendo para a região leste da Ucrânia, que a Rússia agora reconheceu como “independente”, segundo o primeiro-ministro da Letônia, membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), e fontes familiarizadas com a inteligência dos EUA. Autoridades dos Estados Unidos também afirmaram nesta quarta-feira (23) que o governo americano enviou um novo aviso ao governo da Ucrânia de que as últimas informações de inteligência apontam para uma invasão russa em grande escala.
“De acordo com as informações à minha disposição, [Vladimir] Putin está movendo forças e tanques adicionais para os territórios ocupados de Donbas”, disse o primeiro-ministro da Letônia, Arturs Krišjānis Kariņš, a Jim Sciutto, da CNN, nesta quarta-feira (23).
“Por qualquer definição, isso é uma travessia de um território soberano para um país vizinho”, afirmou o representante do governo letão.
Pressionado especificamente sobre se ele estava se referindo à entrada de tropas russas adicionais desde que Moscou reconheceu as duas regiões separatistas no início desta semana, Kariņš respondeu: “Sim, de acordo com as informações à minha disposição, é exatamente isso que estamos vendo”.
Duas outras fontes familiarizadas com a inteligência dos EUA confirmaram que tropas russas de fato cruzaram a fronteira para a região separatista desde que Putin, reconheceu as duas regiões e emitiu uma ordem de envio de “paz” para o Donbas na terça-feira.
A Rússia mobilizou de um a dois grupos táticos de batalhão, a principal formação de combate da Rússia, cada um com uma média de cerca de 800 soldados, de acordo com um alto funcionário dos EUA.
A CNN não verificou independentemente a presença de tropas russas adicionais no Donbas. O presidente dos EUA, Joe Biden, descreveu na terça-feira (22) os eventos que estão em andamento na Ucrânia como “o início de uma invasão russa”, mas altos funcionários do governo se recusaram a confirmar se tropas russas adicionais entraram no Donbas – onde forças russas não identificadas apoiaram combatentes separatistas desde 2014.
Já o novo aviso emitido pelos Estados Unidos foi transmitido na manhã de terça-feira, no horário local de Kiev. Um alto funcionário ucraniano disse que o país não verificou a informação com a inteligência e fez a observação de que os Estados Unidos já emitiram avisos semelhantes para ataques que acabaram não se materializando.
A notícia do aviso vem quando o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pediu que um estado de emergência seja imposto em todo o país a partir da meia-noite na Ucrânia. Os Estados Unidos alertaram que a preocupação principal é com a cidade do nordeste de Kharkiv, de acordo com o alto funcionário ucraniano e um oficial ocidental familiarizado com a inteligência.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia disse que não havia planos para evacuar a cidade. “Não temos esses planos”, disse Dmytro Kuleba durante uma entrevista coletiva em Washington ao lado do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.
Vídeos de redes sociais geolocalizados e analisados nos últimos dias mostram um acúmulo contínuo de tanques de apoio com menos de 30 quilômetros (cerca de 18 milhas) através da fronteira com a Rússia. Autoridades dos EUA disseram que preveem uma invasão terrestre e ataques aéreos caso a Rússia lance um ataque.“Mísseis e bombas russos vão cair na Ucrânia. As comunicações serão bloqueadas. Os ataques cibernéticos fecharão as principais instituições ucranianas”, disse Blinken na semana ada perante o Conselho de Segurança da ONU, descrevendo como os EUA acreditavam que um ataque russo à Ucrânia se desenrolaria.“Depois disso, tanques e soldados russos avançarão em alvos-chave que já foram identificados e mapeados em planos detalhados”.https://edition.cnn.com/europe/live-news/ukraine-russia-news-02-23-22/index.html
Violações ao cessar-fogo
Em sua última declaração sobre as violações do cessar-fogo no leste da Ucrânia, o Ministério da Defesa do país afirmou que o território sob controle ucraniano havia sido bombardeado 59 vezes pelas autodeclaradas repúblicas de Luhansk e Donetsk até as 17h, hora local desta quarta.
Desses incidentes, 54 envolveram armas proibidas pelo acordo de Minsk, que estipula que armas pesadas não devem estar a menos de 50 quilômetros das linhas de frente. Um membro do serviço ucraniano foi morto e outro ferido, de acordo com o ministério. Na terça foram registrou 80 violações.


INTERNACIONAL
Moscou aproveita brechas, contorna sanções e usa tecnologia americana em suas armas
Investigação revela como semicondutores dos EUA chegam à Rússia, equipando mísseis, drones e outros equipamentos militares

Mesmo sob rígidas sanções impostas pelos EUA e aliados desde a invasão da Ucrânia, a Rússia continua a obter tecnologia ocidental para abastecer sua indústria bélica. Documentos obtidos pela rede Bloomberg mostram como distribuidores russos usam intermediários em países como Hong Kong para ar semicondutores fabricados por empresas americanas, incluindo a Texas Instruments. Esses componentes, essenciais para a produção de mísseis, drones e outros armamentos, têm sido recuperados de armas russas, expondo falhas no controle das exportações e nas medidas de compliance das empresas.
Os distribuidores russos integram dados da loja online da Texas Instruments, como preços e disponibilidade de produtos, diretamente em suas próprias plataformas. Isso permite que clientes baseados em Moscou ou São Petersburgo visualizem informações detalhadas e façam pedidos como se estivessem comprando diretamente do fabricante. Esses pedidos são realizados por meio de intermediários localizados em países terceiros que reexportam os componentes para a Rússia.
De acordo com documentos analisados, uma distribuidora russa processou mais de quatro mil solicitações em 2024, totalizando cerca de US$ 6 milhões em semicondutores, dos quais a maior parte foi destinada a empresas militares, enquanto o restante foi presumidamente utilizado em aplicações civis. Esse esquema se aproveita de brechas legais e da falta de controle sobre a cadeia de fornecimento, permitindo que tecnologias americanas continuem abastecendo o setor militar russo.

Mísseis, drones e bomba guiadas
Os chips adquiridos dessa forma são utilizados em uma ampla gama de equipamentos militares, como os mísseis balísticos Iskander, drones kamikaze e bombas guiadas que têm causado devastação na Ucrânia. A simplicidade do processo de compra e o uso de intermediários em países fora da Rússia tornam a fiscalização mais difícil, como destacou o senador Richard Blumenthal: “As empresas estão conscientemente falhando em impedir que suas tecnologias beneficiem a Rússia”.
A Texas Instruments afirma que cessou todas as vendas diretas à Rússia antes mesmo das sanções ocidentais, mas reconhece que seus produtos continuam sendo desviados por intermediários.
““Trabalhamos arduamente para evitar o desvio ilícito das nossas peças para a Rússia. Todos os níveis da nossa empresa levam isso a sério”, disse Shannon Thompson, assistente jurídica da empresa. No entanto, documentos analisados pela Bloomberg indicam que a empresa enfrenta dificuldades em rastrear para onde vão seus produtos devido ao alto volume de vendas e ao baixo custo unitário.
Além disso, investigadores identificaram que portais russos, como o getchips.ru, utilizam dados obtidos de APIs e outras fontes para ar informações detalhadas sobre produtos e estoques. Embora a Texas Instruments negue fornecer o direto a essas ferramentas, especialistas sugerem que intermediários estão utilizando métodos alternativos para replicar informações da loja online da empresa.
Os desafios não param por aí. O sistema de gestão de uma das distribuidoras russas analisadas mostra que muitos produtos adquiridos são essenciais para a fabricação de equipamentos militares. Um exemplo é o uso de chips de baixo custo para modems de comunicação que, segundo um documento enviado ao Ministério da Defesa russo, “não possuem alternativas locais e garantem a confiabilidade necessária”.
Protesto ucraniano
Desde o início do conflito, autoridades ucranianas recuperaram mais de quatro componentes ocidentais de armamentos russos, sendo 14% deles fabricados pela Texas Instruments. “Enquanto essas tecnologias estiverem disponíveis, regimes terroristas continuarão a transformá-las em armas”, alertou Vladyslav Vlasiuk, comissário ucraniano para políticas de sanções que cobra maior comprometimento das empresas e governos ocidentais para reforçar os controles.
Embora as sanções ocidentais visem restringir o o da Rússia a tecnologias de ponta, brechas no sistema de exportação permitem que intermediários em países como Hong Kong atuem como facilitadores.
Investigadores acreditam que o rastreamento rigoroso, incluindo a análise de padrões suspeitos de compra, pode ajudar a mitigar os desvios.
“Acho que todos podemos fazer mais. Controle de exportação mais completo. Procedimentos de conformidade mais rigorosos por parte dos fabricantes. Mais compromisso por parte de países terceiros”, disse Vlasiuk.
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