MATO GROSSO DO SUL
PL 490 – Mobilização indígena em MS tem protesto na Assembleia Legislativa e manifestação em praça
Segunda maior concentração de povos originários do País segue ação nacional contra a instituição do chamado Marco Temporal

Indígenas sul-mato-grossenses encorpam – com protesto na Assembleia Legislativa de MS – o grito nacional de “não” ao Marco Temporal, que teve seu requerimento de urgência aprovado pela Câmara dos Deputados, cuja análise deve acontecer ainda nesta terça-feira (30).
Na manhã de hoje (30) aconteceu o protesto de povos originários de MS, na ALMS, contra o Projeto de Lei 490, sendo que para o período da tarde é esperada mobilização, organizada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib); Conselho Terena; Kuñangue Aty Guasu, Aty Guasu e movimentos sociais.
Segundo a coordenadora executiva da Apib, Val Eloy Terena, a associação se mobiliza em todos os Estados brasileiros, com a ida até a assembleia legislativa sem um sinal de que esses povos observam o que acontece na Capital Federal, e ameaçam sua qualidade de futuro.
“Campo Grande e Mato Grosso do Sul não podiam deixar de ter manifestação, porque somos o Estado com a segunda maior população indígena do Brasil. Temos vários processos demarcatórios, homologações para sair, e essa PL aplica a tese do Marco Temporal, que dá o direito ao genocídio e extermínio de povos indígenas”, disse.
Enquanto movimento indígena nacional, a expectativa é que o PL não seja aprovado, por isso a ação visando sensibilizar os deputados de MS, para que tentem convencer também com os parlamentares federais em lutar contra o Marco Temporal.
“Para que também votem contra esse PL. Não tendo esse diálogo e aprovado, vamos continuar a luta, porque o movimento indígena, tudo o que conquistamos até hoje, foi a base de mobilização”, complementa Val.
Posição dos parlamentares
Ainda que boa parta dos deputados sequer tenha considerado a presença do protesto indígena, alguns parlamentares apresentaram suas posições, como Pedro Kemp, Zeca do PT e Gleice Jane.
Contrário ao PL do Marco Temporal, para Pedro Kemp, o projeto só acirra ainda mais os conflitos, sem nem resolver o problema.
“Por exemplo, aqui do Mato Grosso do Sul, onde temos a segundo maior população indígena do Brasil e com menor proporção de terras demarcadas. Acredito que o PL 490 impede a demarcação de pelo menos 16 territórios indígenas aqui do nosso Estado”, disse ele.
Kemp frisa que os indígenas continuarão reivindicando seus territórios tradicionais, e que sua expectativa pessoal é de que a Câmara Federal reveja sua posição, trabalhando mais no sentido que busque a solução para esse problema.
Já Zeca do PT joga a culpa dos conflitos do campo, entre indígenas e produtores rurais, nas costas do que chama de “movimentos radicais”.
“Como no caso do Raul, lá de Rio Brilhante, uma terra adquirida da província de Mato Grosso em 1854. Aí o Cimi e mais alguns que a gente sabe leva os índios lá para fazer agitação e criar confusão, que desgasta o governo do Lula, sendo que o tal do Eloy está no governo do presidente”, comenta ele.
Ela comenta sobre a Proposta de Emenda Constitucional 132, já aprovada no Senado, que prevê indenizações a produtores cujas terras sejam declaradas como pertencentes a povos indígenas, dizendo que essa PEC garantirá a tranquilidade que o Lula e o País querem.
“Ninguém quer o conflito de índio com fazendeiro, nem prejudicar [os indígenas]. Esse pessoal mais radical dos movimentos acirra a luta, vejo aqui muitos jovens, para empurrá-los para a linha de frente, tentar construir uma vítima para chorar o leite derramado. A PEC garante indenização das terras, fruto de conflito, que foram adquiridas de boa-fé”, pontua.
Para Gleice Jane, o PL 490 visa retirar a responsabilidade do poder Executivo para o Legislativo, sobre o processo de demarcação das terras.
“Esse PL ele não reconhece a ocupação dos territórios indígenas desde 1500, ele tenta – pela leitura que esses povos fazem – rasgar a Constituição”, cita.

Para a deputada, o PL é prejudicial para as comunidades indígenas, com histórico de luta para retomada de territórios, com o parlamento sendo necessário na garantia da Constituição. Ainda, Jane faz questão de lembrar o debate já existente e “muito estruturado” dentro do Supremo Tribunal Federal, sendo que o PL seria uma tentativa de desviar os estudos feitos até agora pelo STF.
Ela também diz que o PL gerará um grande debate jurídico posteriormente, e que acirra conflito entre povos indígenas e proprietários rurais.
Com isso, uma carta foi elaborada e assinada por vários movimentos; associações; partidos políticos e organizações, solicitando à assembleia legislativa que realize debate com os povos indígenas, para um processo de escuta deles.
“Porque nesse momento a gente percebe, inclusive, que dentro da casa há um processo de escuta muito maior do lado dos proprietários rurais, e não há do lado dos indígenas”.
Segundo a deputada, os povos originários de Mato Grosso do Sul vivem situação de muita precariedade, em áreas de conflitos que são exploradas e denunciadas no mundo inteiro.
“Na medida que a gente não tem um processo de cuidado e escuta desses povos, a gente está ando uma imagem internacional muito ruim do Brasil e do estado do Mato Grosso do Sul”.
Gleice Jane conclui dizendo que o PL deve criar insegurança jurídica e política no cenário nacional, sendo uma força muito mais política do que realmente para solucionar conflitos.
“É uma guerra irracional. Há já uma lei aprovada, em que é possível um fundo recolher recursos, indenizar terras de proprietários que estão também em desvantagem – criada pelo Estado em algum momento – e esses produtores não são responsáveis, sendo mais que justo que tenham esse direito”, finaliza.
ado o protesto na Assembleia, ainda está marcada mobilização, a partir de 14h, na praça Ary Coelho.


MATO GROSSO DO SUL
Agraer, Embrapa e Iagro reforçam prevenção à gripe aviária com foco na agricultura familiar

imediatamente a Iagro, que deve atuar em até 12 horas para atendimento local”, reforça.
Janine destaca ainda a importância de manter as aves suspeitas isoladas em um galinheiro ou piquete, facilitando a inspeção e coleta de material. “Quando elas estão soltas pela propriedade, o atendimento se torna mais difícil e pode atrasar a ação sanitária”.
Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I)
A Embrapa Pantanal também integra a ação como parceira estratégica na disseminação de conhecimento técnico e científico. A pesquisadora Raquel Juliano destaca que a educação sanitária no campo é decisiva para evitar surtos.
“A saúde é um processo complexo. A gripe aviária ameaça não apenas os animais, mas também a segurança alimentar de comunidades que dependem desses animais”, afirma.
A instituição atua com base nos princípios da Saúde Única (One Health), integrando saúde animal, humana, de plantas e ambiental. As pesquisadoras Adriana Araújo, Aiesca Pellegrin e Raquel Juliano estão envolvidas com o “Aves de quintais para uso alimentar e artesanal”, financiado pela Fundect, que inclui a implantação de módulos de criação protegida e ações em escolas e comunidades.
“Estamos desenvolvendo, em parceria com a Agraer e a Iagro, um material técnico voltado à orientação de profissionais que atuam junto a agricultores familiares, comunidades tradicionais e indígenas. Além disso, buscamos dialogar com grêmios estudantis, Escolas Famílias Agrícolas (EFA) e estabelecer parcerias com instituições que trabalham com esses públicos, com o objetivo de construir um plano de comunicação colaborativo. Os grupos de mulheres também são aliados fundamentais nesse processo, já que, em muitas comunidades, o cuidado diário com as aves de quintal está sob responsabilidade delas”.
A abordagem inclui a formação de multiplicadores, com capacitação de técnicos e lideranças rurais, para garantir que a informação chegue de forma clara e ível às pequenas propriedades.
“Todos precisam se sentir parte do processo de vigilância, para prevenção e controle de doenças, independentemente do tamanho do plantel. Quando o produtor sabe reconhecer os sinais de uma doença e como agir, ele se torna uma peça-chave na proteção da saúde”, reforça a pesquisadora.
Com essa articulação interinstitucional, a expectativa é manter Mato Grosso do Sul livre da influenza aviária e com capacidade de resposta rápida diante de qualquer sinal de risco — protegendo a produção rural, a saúde das famílias e o abastecimento alimentar no campo e na cidade.
Aline Lira, Comunicação Agraer
Fotos: Agraer/Arquiv
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